sábado, 5 de maio de 2012

BUNK 23 - DOW JONES, UM ÍNDICE MAIS DO QUE INÚTIL

BUNK 23 - DOW JONES, UM ÍNDICE MAIS DO QUE INÚTIL



Tudo o que você escuta na TV é: O Dow Jones subiu ou caiu XXX pontos! Quem se importa? Nenhum Gestor de recursos presta atenção no Índice Dow Jones. Pois ele é totalmente inútil.

Veja que um índice como o Dow Jones é composto somente por 30 ações de empresas MUITO grandes. Todavia, ele representa somente 29% do total do mercado de ações dos EUA. E nele você tem enormes concentrações e distorções.

O pior do Dow Jones é que ele é um índice de preços ponderado. Isso significa que são as 30 ações que compõe o índice dividido por 100. Ou seja, cada empresa representa 3,33% do índice. Isso mesmo! Para o Índice Dow Jones, não importa a capitalização de mercado da empresa. O peso no índice será sempre 3,33%. Sem contar que existem pesos menores em alguns setores enquanto tem concentrações em outros.

Por exemplo, MERCK e PFIZER estão no índice (ambos do setor Farmacêutico), já a MICROSOFT está no índice, enquanto, GOOGLE e APPLE (maiores  em capitalização do que MICROSOFT ) não estão. COCA está no índice, mas PEPSI (quase do mesmo tamanho) não está. Alguém tem alguma idéia por quê? Eu também não.

Veja que se uma empresa de menor capitalização, mas com alto preço da ação (como 3M, Boing Caterpillar, com capitalização menor que a média) vão bem, mas gigantes (como GE, Pfizer, Intel - com capitalização maior que a média) vão mal, então o Dow Jones vai melhor do que o retorno econômico das empresas envolvidas – e muito.

O reverso também é verdadeiro. Se empresas com maior capitalização, mas com preços de ações menores forem bem, enquanto empresas de menor capitalização, mas com preços de ações altas forem mal, o Dow Jones vai pior do que o retorno econômico das empresas. Ou seja, uma aberração. O Dow Jones realmente é uma maluquice.

Já índices como S&P500, The MSCI WORLD INDEX, Japan’s TOPIX, UK’s FTSE, Germany’s DAX, são todos índices melhores construídos, alguns com peso ponderado das empresas ou na maioria ponderados por capitalização de mercado.

Não parece profissional olhar para o Dow Jones ou qualquer outro índice que seja ponderado por preços simplesmente. Enquanto o Dow Jones tem 30 empresas e representa 29% do mercado, o índice S&P500 concentra 500 empresas e 89% do mercado de ações nos EUA. S&P500 é um índice ponderado pela capitalização das empresas.

Com freqüência muitos investidores, profissionais e amadores comentam que o Dow Jones de 1965 até 1982 teve 17 anos inglórios e sem retornos. Porém, esquecem que o S&P500 teve rentabilidade anualizada de 7,1% no mesmo período. Ainda abaixo da média, porém, muito positivo. Porque essa enorme diferença? Porque o S&P500 reflete melhor a realidade do mercado de ações nos EUA. É calculado corretamente, não ponderado pelo preço e sim pela capitalização das empresas, da forma que os índices supostamente deveriam ser.

Isso significa que você deve esquecer de vez o Dow Jones e olhar para onde tem que olhar. Sua vida será melhor assim.

* Baseado no Livro Debunkery, Ken Fisher
Thobias Zamboni
Economista
Corecon 7752

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

BUNK 20 – PRÊMIO DE RISCO DE AÇÕES – PREVENDO RETORNOS FUTUROS COM FACILIDADE

BUNK 20 – PRÊMIO DE RISCO DE AÇÕES – PREVENDO RETORNOS FUTUROS COM FACILIDADE


Quem nunca recebeu boletins de recomendação de ações do setor de análise dos Bancos ou agentes financeiros? A maioria já recebeu - pelo menos, a maioria que aplica seu dinheiro no mercado financeiro.

Como se fosse possível, eles continuam fazendo previsões a respeito do retorno do mercado de ações. Keneth Fisher aponta sobre isso no seu livro Debunkery (Desmistificação). Abaixo tento traduzir/resumir o que o Autor escreve sobre o assunto.
Aí vai:

Você gostaria de saber onde as ações estariam daqui a 10 anos? Eu também. Mas eu acho que não é possível. Mesmo assim, as pessoas tentam. Há uma noção na academia sobre Prêmio de Risco de Ações. O Prêmio de Risco de ações é, literalmente, o prêmio que você tem expressado como um percentual sobre algo que supostamente é livre de risco – como os Títulos do Governo Americano de 10 anos (Treasuries) – do de possuir ações. Algumas pessoas usam os juros de curto prazo (T-Bills). De qualquer forma – alguns conceitos básicos.

E não há nada de errado com isso! É verdade – a maioria dos investidores freqüentemente são recompensados no longo prazo por tomarem riscos de volatilidade extras (fazendo correto). Desde 1926, a média anualizada do Prêmio de Risco de Ações (usando Treasuries de 10 anos) tem sido 4,4 por cento – Treasuries tem obtido retorno anualizado de 5,3 por cento, e o S&P500 de 9,7 por cento – uma enorme diferença! E teoricamente os investidores deveriam ser recompensados por sofrer com as oscilações com o mercado de ações. (Embora, eles odeiem volatilidade. E, quanto maior a volatilidade, mais eles odeiam, quando racionalmente eles deveriam amá-la, pois, no longo prazo, geralmente, são pagos por isso com generosidade). Se você não está suscetível a ter altos retornos por tomar altos riscos, porque alguém iria querer alto risco – seja ele medido pela volatilidade ou de qualquer outra forma?

O problema com o modelo de Prêmio de Risco de Ações é que alguns acadêmicos tentam modelar o futuro – prevendo o retorno futuro das ações. Besteira. Eu nunca vi nenhum desses modelos apresentarem alguma verificação de dados do passado para predizer o futuro. Nenhum. Ainda, todo ano, nós temos uma nova onde deles.

OFERTA FUTURA NO LONGO-PRAZO

Quando eu digo futuro, significa que a maioria desses modelos tentam prever dentro de um futuro distante – normalmente 7 até 10 anos (10 anos é mais comum). Ainda, você sabe que o retorno de ações no curto-prazo – para os próximos 12-24 meses – são guiados principalmente por mudanças na demanda. E mesmo esses são diabolicamente difíceis de prever. E no longo prazo, a OFERTA muda tudo. E não há absolutamente nenhuma forma – NENHUMA – para prever a direção do mercado de ações nos próximos 7 ou 10 anos afora, a menos que você possa, de algum modo, prever mudanças na OFERTA de ações. Ainda, eu nunca vi alguém sequer tentar isso, assim eu posso tentar sondar uma forma de eu mesmo fazê-lo. (Apesar de talvez algum dia alguém poder fazer - e então o futuro do modelo de prêmio de risco de ações ser possível). Mas nenhum único modelo que eu tenho visto apontou o problema de predizer os fluxos de longo-prazo da OFERTA. E se você não pode apontar a OFERTA futura, seu modelo não tem valor. Porque no longo-prazo dos valores mobiliários, OFERTA é tudo que importa.

Em vez disso, a maioria dos modelos (de Premio de Risco de ações) faz prospectivas baseadas nas condições correntes ou passadas. Exceto, se de imediato você saiba que não possa fazer previsões para 10 anos baseando-se em condições passadas ou correntes. Performance passada nunca é, por si mesma, indicativa de resultados futuros.

Ainda assim, nenhum desses modelos mostra verificações em dados passados. Um cientista iria dizer que você precisa fazer testes históricos – pegando múltiplos períodos do passado e inserindo dados históricos nos modelos. Minha opinião é de que todos esses modelos de previsão são uma falácia, nada mais.

Os acadêmicos produzem esses modelos, para promovê-los na mídia e mundo afora – porque eles soam quantitativos, acadêmicos, sofisticados e rigorosos! “Sabedoria” de wall street das mais finas. Próximo do que eu possa dizer que são “sofisticações” que tem machucado mais investidores do que as bolhas.

Esses modelos de previsão quase nunca estão certos. Talvez acadêmicos se mostrem evidentemente “otimistas” ou “pessimistas” ou são indecorosos – não profissionais. Mas isso também corre contrario a evidência empírica. Historicamente as ações sobem mais do que caem. Historicamente ações vão muito melhor comparadas com dinheiro ou títulos (cash ou bonds), mas, por caminhos muito variados. Essa é a verdade. Isso é difícil de entrar na cabeça da maioria das pessoas.

Thobias Zamboni
Economista
Corecon 7752

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A ANTIQUADA MEDIDA DE RISCO “BETA”

A ANTIQUADA MEDIDA DE RISCO “BETA”


Na abordagem do mercado financeiro BETA é representado por um número, que significa a relação do retorno de uma ação ou portfólio com o seu mercado como um todo – é a comparação da variação de seu portfólio ou ação com um índice de mercado, por exemplo, Ibovespa, S&P500.

Ou seja, se um índice como Ibovespa varia 1% e a sua carteira ou ação varia 2%, significa que a sua carteira ou ação é mais volátil, portanto, teoricamente com mais risco do que o índice em comparação.

Se o BETA é > do que 1.0 a ação ou portfólio é mais volátil (teoricamente com mais risco) do que o mercado como um todo. E se a ação tem um BETA < do que 1.0 significa que a ação tem uma volatilidade menor do que o mercado como um todo ou índice em comparação.

Contudo, O Autor Ken Fisher tem uma visão contraria aos acadêmicos, que entendem o Beta da forma resumida acima. Eu tentarei resumir e traduzir o que pensa o Autor, que aborda o assunto em seu livro Debunkery. Aí vamos nós:

Ações são ariscadas. É fato. Mas para ter retorno você precisa tomar risco – o qual muitas pessoas sentem como volatilidade. Volatilidade não é confortável no curto prazo para maioria das pessoas, e também é muito imprevisível – Isso faz com que a Arte de Investir seja ainda mais difícil do que poderia ser. Faz muitos ficarem mentalmente – pura e simplesmente loucos.

Porque as pessoas estão inclinadas a gostar de ordem, nós gostamos de poder mensurar.
Pegue o BETA, por exemplo – o conceito acadêmico, amplamente aceito através da mídia e cultura de investimento, que o afirma como medida de risco para investimentos. Deixe-o fora e o mantenha-o lá. Ele é inútil. Não – menos do que inútil.

As pessoas (particularmente acadêmicos que impuseram o beta para nós) que fizeram com que achássemos o beta uma medida de risco. Na realidade ele não é – ele mede o risco anterior. Ele mediu o risco – no passado! Ele não mede nada sobre o presente ou o futuro. Beta sozinho é simplesmente um calculo exato. O beta de uma ação é um numero que representa a sua volatilidade passada em relação ao mercado como um todo no passado, sobre um período especifico. Quanto maior a volatilidade de uma ação no passado, maior é o seu beta. Se uma ação se move perfeitamente em linha com o mercado (um índice, por exemplo), seu beta é 1.0. Abaixo disso, foi menos volátil que o mercado, acima, mais volátil e assim por diante. Meramente simples.


Desempenho Passado nunca Indica Resultados Futuros

Primeiramente academicos presumiram, contrario a séculos de senso comum e sem nenhum parecer razoável, que se uma ação foi mais volátil do que o mercado, será, todavia, mais ariscada no futuro. O mundo acadêmico, portanto, proclama o BETA como uma medida de risco das ações. Enquanto não há atualmente evidencia disso, desde o início, muitos investidores acreditavam que o BETA refletia os riscos futuros, apesar de, ouvir e saber que o desempenho do passado não é indicativo de resultados futuros.

A crença no Beta tem feito as pessoas fazerem todas as formas de imbecilidade. Mulherzinhas querem sempre ações e portfólios com um Beta baixo. Deixa me dar-lhe um simples exemplo dessa tolice (uma vez eu escrevi sobre isso no meu segundo ano como colunista na Forbes em Junho de 1986). Pegue uma ação de beta baixo que tenha caído 90% em dois anos. O BETA irá ultrapassar o telhado de tão alto. Então pergunto: agora o risco está mais alto ou mais baixo do que antes da queda? Bem, o risco não poderia ser mais alto em uma base racional, porém, o beta diz que é. Então se você acreditasse no beta, teria acreditado que uma vez, a empresa da hora dos cosméticos, a AVON estava com um risco relativamente baixo, com um beta de 0.9 ao preço de US$ 120 em 1973 – mas com um alto risco no ano seguinte ao preço de US$ 19 depois de ter uma queda de 85 por cento - com um Beta de 1.3.

Intuitivamente, o risco para AVON como uma ação individual deveria ser mais alto a US$ 120 em 1973 – antes da monstruosa queda da ação – do que a US$ 19 em 1974. Comprar depois de qualquer grande queda do mercado relativa significa comprar um beta maior (maior volatilidade), porém, é uma forma tradicional de olhar baixo risco como barganhas para o futuro.

Outra forma que deixa a cabeça das pessoas histéricas: Aqueles que acreditam que mais risco significa mais retorno (de certa forma estão certas) têm comprado dentro da noção popular de que a única forma de bater o mercado é tomando mais riscos com ações de betas maiores – mas então eles estragam tudo, usando o beta como uma ferramenta de triagem. Porque o beta é puramente um fenômeno que olha para trás e não é indicação de onde o mercado está indo adiante, e comprando um grupo de ações de beta mais alto não dá a você uma abordagem de baixo risco retorno. Isso é como dirigir enquanto você esta olhando para o espelho retrovisor. Está destinado a ter problemas.

Aqui vai alguma ironia. Acadêmicos entendem que as ações não são serialmente correlacionadas. Isso é o que diz a estatística – o movimento do preço sozinho simplesmente não diz nada a você sobre o futuro que possa ser uma vantagem. Estudos após estudos mostram que é assim. Acadêmicos ainda prematuramente acreditam na noção de que volatilidade passada (a qual é baseada somente na movimentação de preço – a qual eles sabem que não são serialmente correlacionadas por definição) é algo útil. Que erro!

CATEGORIAS QUE CAEM MAIS SE RECUPERAM PRIMEIRO

Pense isto de outra maneira – e de uma forma que possa ser estatisticamente medida e acontecer em torno de todos fundos de mercados de baixa: Se você pudesse prever perfeitamente um mercado de baixa (o qual você não pode, mas isto ajuda ilustrar que o Beta é tolo) e invista mais pesadamente em categorias que irão performar melhor nos próximos 6 ou 12 meses – você iria querer? É claro! Mas você não poderia se você usasse o Beta para gerenciar o risco. Deixe-me mostrar a você. Primeiro: Depois da queda, dai pra frente, o risco total, por definição, é realmente menor (é claro, novamente, nós não sabemos com certeza quando vai acontecer).
Você também sabe que mercados de baixa acabam e mercado de alta começam em um V. Quanto maior é a queda do mercado de baixa no seu “final”, maior e mais rápido é o salto de recuperação inicial do fundo – o qual faz parte de que prever o fundo dos mercados de baixa é tão complicado.....

Mas então surgem outras características comuns dos fundos em mercados de baixa – um deles não está amplamente entendido, mas a minha empresa demonstrou muito tempo atrás estatisticamente em toda extensão da historia dos mercados de baixa.

Aquelas categorias que se sustentam melhor do que o mercado durante o inicio do mercado de baixa, então caem mais no retorno de um mercado de baixa (fazendo eles terem beta alto) recuperando rapidamente num estagio mais cedo de um novo mercado de alta. Ou seja, o setor que cai mais no Fundo de mercado, então, na realidade, tem a recuperação mais rápida pós fundo.

Resume-se que aquelas categorias que tiveram os melhores retornos depois do fundo, tinham o maior beta no Fundo (parte mais baixa da queda). Eles tiveram mais volatilidade no fundo e mais volatilidade do que o mercado no novo Bull market (mercado de alta)! Mas, da forma que o nosso cérebro funciona, nos tendemos a pensar: Quando esta em queda esta volátil e quando esta pra cima esta bom! Então se você estava usando o beta para gerenciar o risco e queria evitar o risco de betas altos de ações, você perdeu a categoria que performou melhor.

Não tome isso como significado de que um alto beta de ação ou categoria irá sempre ter um retorno melhor no futuro. Não. Somente significa que ele foi medido pelo beta para ser mais ariscado do que o mercado no seu fundo de mercado de baixa olhando para trás. CAIU mais. Isso não diz nada sobre ser mais ariscado daí para frente. Às vezes, em alguns mercados, ações que ficam bem defasadas do mercado (tinham beta alto) voltam e se tornam ações de betas baixos mais tarde. Ou ações voando em alta (também com alto beta) caem por terra e ficam estagnadas. Beta é ilustrativo de como uma ação tem sido – não como ira ser. Tentando gerenciar o risco ou aumentar a perfomance através do beta sozinho é uma missão para tolos. Beta não mede o risco, ele MEDIU o risco – e investidores deveriam sempre olhar para frente, não para trás.



*Tradução não oficial.


Thobias Zamboni
Economista
CORECON nº 7752

domingo, 16 de agosto de 2009

10 guidelines learned in Stock Markets

1 - Income is as important as are capital gains. Because most investors ignore income opportunities, income may be more important than are capital gains.

2 - Most stock market indicators have never actually been tested. Most do not work.

3 - Most investors time horizons are much too short. Statistics indicate that day trading is largely based on luck.

4 - Bull markets are made of risk aversion and undervalued assets. They are not made of cheering and a rush to buy.

5 - Diversification doesn't depend on the numbers of assets classes in a portfolio. Rather, it depends on the correlation between the assets classes in a portfolio.

6 - Balance sheets are generally more important than are income or cash flows statements.

7 - Investors should focus strongly on GAAP accounting, and should pay little attention to "pro-forma" or "unaudited" financial statements.

8 - Investors should be providers of scarce capital. Return on capital is typically highest where capital is scarce.

9 - Investors should research financial history as much as possible.

10 - Leverege gives the illusion of wealth. Saving is wealth.